Extra - Entrevista


ENTREVISTA COM ADRIANA GARAMBONE PARA O SITE "NO MUNDO DOS FAMOSOS"

Jéfferson Balbino: Adriana, começa nos contando como surgiu seu interesse pela carreira de atriz?
Adriana Garambone: Na verdade quando eu era adolescente eu queria ser bailarina, eu comecei fazendo balé e jazz, e no meio desse caminho eu fiz teatro pra melhorar a minha interpretação como bailarina, daí eu me apaixonei pelo Teatro e desisti da carreira de bailarina e segui a carreira de atriz.
Jéfferson Balbino: É verdade que você é graduada em Letras? Porque escolheu esse curso?
Adriana Garambone: Eu não terminei a faculdade de Letras. Quando eu comecei a Faculdade eu já fazia Teatro, e daí ficava muito difícil, porque eu fazia Teatro a noite e a faculdade de manhã. E eu escolhi Letras porque eu acho importante saber duas línguas, já que tinha inglês junto, e eu tinha uma vontade de fazer jornalismo, e uma coisa levava a outra...





Jéfferson Balbino: Sua estréia em novelas ocorreu em “Salsa & Merengue” (TV Globo/1996). Como foi essa primeira experiência?
Adriana Garambone: Ah era bem difícil, pois era a primeira novela, dirigida pelo Wolf Maya que era bem rígido né, ao contrário daqui na Record que é uma maravilha o Ivan Zettel é relaxado, tranquilo, agora o Wolf Maya era um general (risos), mas ele foi importantíssimo pra mim, pra minha carreira, pra minha disciplina, como artista também foi muito bom. E foi assim eu estava fazendo uma comédia no teatro, e ele foi assistir, gostou muito do meu trabalho e me chamou pra fazer “Salsa & Merengue”.




Jéfferson Balbino: Que avaliação você faz do seu trabalho na novela “Corpo Dourado” (TV Globo/1998)?
Adriana Garambone: “Corpo Dourado” foi uma rápida participação que eu fiz nos primeiros capítulos. Onde eu fazia uma garota de programa, que era amante do personagem do Lima Duarte, e foi ótimo trabalhar com o Lima.
Jéfferson Balbino: Você também participou das séries: “Caça Talentos” (TV Globo/1996), “Você Decide” (TV Globo/1998), “Mulher” (TV Globo/1998) e “O Quinto dos Infernos” (TV Globo/2002). Como você se preparou para esse atuar nesses ‘trabalhos rápidos’?
Adriana Garambone: Trabalho rápido é muito difícil porque você não tem tempo suficiente pra se preparar, e já entra com todo o restante do elenco afinado, entra no meio, meio sem chão, sem saber direito como é a direção do programa, da série ou da novela... Mas ao mesmo tempo você tem oportunidade pra fazer grandes trabalhos, na época em que o “Você Decide” tinha aquele circuito de diretores, onde cada um dirigia um episódio, eu fiz um programa sobre a AIDS, uma mulher casada que descobre ter AIDS, foi um grande trabalho que eu fiz com o Marcio Garcia.


Jéfferson Balbino: Como foi contracenar com a maravilhosa atriz Joana Fomm, que interpretava sua mãe, na novela “Esplendor” (TV Globo/2000)?
Adriana Garambone: Joana Fomm foi também uma aula em tudo, na gentileza dela, no companheirismo, e mesmo sendo uma atriz veterana que poderia ter um comportamento de estrela, ter estrelismo, existia uma relação muito tranquila e direta, a gente discutia o que íamos fazer em cena, ao contrario de hoje onde eu sinto falta desse dialogo entre atores, antigamente os atores se falavam mais, sobre os personagens, conversávamos mais antes das cenas, e eu tinha muito isso com a Joana Fomm, quando chegávamos na maquiagem já conversávamos sobre o rumo de nossas personagens.
Jéfferson Balbino: E pelo fato da Joana Fomm ser uma atriz veterana não te dava certa tensão e/ou insegurança?
Adriana Garambone: Não. Pelo contrário ela me deixava bem à vontade. E olha que ela fazia na novela uma mãe megera (risos).




Jéfferson Balbino: Houve alguma dificuldade em ter que: atuar, cantar e dançar no espetáculo Broadway Chicaco?
Adriana Garambone: Musical é a preparação de uma vida inteira, eu juntei tudo que eu sabia de dança, de canto – onde eu estudei vários anos, e como atriz foi um trabalho difícil eu passei por teste, me preparei pro teste durante um ano...
Jéfferson Balbino: Ou seja é uma preparação mais intensa?

Adriana Garambone: É, estudei várias musicas, fiz aulas em Nova York e foi um trabalho importantíssimo na minha carreira, pois foi a partir dali que eu comecei a trabalhar como eu estou trabalhando agora...




Jéfferson Balbino: Que lembranças você tem da Cidinha, sua personagem na novela “Roda da Vida” (Rede Record/2001)?
Adriana Garambone: Foi outra época da Record. A Record estava numa fase diferente daquela que é hoje. Era super precário os estúdios, lá em São Paulo. Porém, era bem dirigida a novela, bem produzida, mas eram poucas locações, pouquíssimos estúdios. Mas era bem diferente, mas muito bom, foi ótimo.
Jéfferson Balbino: Como foi ser dirigida pelo Hugo Carvana nos filmes: “O Homem Nú” (1997) e “Apolônio Brasil – O Campeão da Alegria” (2003)? Ele era tão severo como o Wolf Maya (risos)?
Adriana Garambone: Não (risos). O Hugo Carvana é uma delicia de trabalhar. É brincalhão e um cara que sabe tudo de cinema.
Jéfferson Balbino: Qual método você utiliza para compor suas personagens?
Adriana Garambone: Cada personagem tem uma abordagem diferente, então cada preparação tem uma abordagem diferente da outra. Por exemplo, quando fiz uma alcoólatra eu fui pro AAA, estudei sobre o assunto, conversei com médicos, li livros, eu precisava saber muito sobre a doença, entender o que é alcoolismo pra construí-la. Por exemplo, já um musical é totalmente diferente, você tem que focar mais nas suas ferramentas, que é cantar, atuar e dançar do que perfil psicológico em si. Agora a Eva, por exemplo, eu fiquei observando as celebridades, e procurei me focar nesses detalhes, eu fiquei lendo revistas, vendo as maluquices dessas cantoras americanas. Então cada preparação é diferente, eu não posso dizer pra você Jéfferson, que eu me preparo de uma única maneira.





Jéfferson Balbino: Como surgiu o convite pra você participar da novela “Prova de Amor” (Rede Record/2005)?
Adriana Garambone: Foi do Tiago Santiago que é um amigo desde a época da Globo, a gente se encontrava, sai juntos, amigos de longa data, e como nunca tinha trabalhado com ele eu recebi o convite e aceitei.
Jéfferson Balbino: Uma das suas melhores personagens, na minha opinião, é a Silvia da novela “Bicho do Mato” (Rede Record/2006). O que você destacaria do texto da nossa querida Cristianne Fridmann, autora dessa novela?
Adriana Garambone: Acho que a Cristianne retratou muito bem o alcoolismo, o alcoólatra que recai e destrói a vida, e dentro da novela, que é um produto que precisa ser muito dinâmico, que não pode se aprofundar muito, já que o publico quer uma coisa ‘mastigadinha’ e dentro da teledramaturgia a Cristianne conseguiu retratar muito bem a doença e isso se refletiu no publico, porque  quando eu encontrava alguém que tinha um parente que era alcoólatra e que tava ‘limpo’ vinham falar comigo e me agradecia. Conheci uma menina que veio falar comigo que o pai dela parou de beber por causa da novela, eu fui ao AAA dar uma palestra, então foi uma personagem que deu muito certo e isso se deve pelo texto da Cristianne Fridmann.
Jéfferson Balbino: Existe algum tipo inusitado de personagem que você tem vontade de interpretar?

Adriana Garambone: Não, eu quero interpretar tudo (risos), queria fazer uma vilã de novo como a Adelaide (risos) e musical eu tenho vontade de fazer todos da Broadway.






Jéfferson Balbino: Como foi participar da novela “Amor e Intrigas” (Rede Record/2007)?
Adriana Garambone: A Débora era uma personagem mais branda, a única que eu não tive grandes pesquisas, era muito morna, sem grandes conflitos, era uma paz e amor, não tive trabalho pra fazer a Débora, era uma coisa tranquila e corriqueira.
Jéfferson Balbino: Recentemente nós prestamos uma Homenagem ao autor Lauro César Muniz, ao qual contamos também com sua preciosa participação, e no seu depoimento você disse que chorou ao ouvi-lo discursar sobre a novela “Poder Paralelo”, e ainda o definiu como: “...ousado, apaixonado e generoso, dedicado e guerreiro. Um amante da arte de escrever e do ser humano...”. Que experiência você adquiriu ao trabalhar com o nosso querido Lauro em “Poder Paralelo”?

Adriana Garambone: Eu fico ate arrepiada de falar do Lauro, porque primeiro ele é um autor que você tem acesso a ele. Mandava e-mail pra ele, e ele respondia, eu perguntava se ele estava gostando da maneira que eu estava interpretando, ainda mais um autor do calibre dele, que fez novelas históricas, personagens incríveis, e o texto dele é de uma profundidade admirável. Tanto que eu lia o texto dele e ficava impressionada. E a Maura teve um caso com a personagem da Paloma Duarte. O texto dele é tão bom que a gente fica dependente e ainda com a direção do Ignácio Coqueiro, que é um diretor elegantérrimo, bom que fazia marcas boas, coisas incríveis, eu não tinha medo de nada. E ouvir o Lauro falar, no “Cenas de um Autor” da Montenegro e Raman eu fiquei maravilhada, porque hoje em dia onde a gente ouve tantas baboseiras, ouvir ele falar, ele com tanto conteúdo, eu fico maravilhada de ouvir ele falar, e ver o ser humano que ele é, enfim conheci um ser humano maravilhoso, que é tão raro nesse nosso meio.





Jéfferson Balbino: Eu já entrevistei alguns atores como: Regina Duarte, Rosamaria Murtinho e Lima Duarte que me disseram que o texto do Lauro é tão primoroso que é extremamente fácil de ser decorado. O que você pode nos dizer sobre o texto do Lauro? Dá mesmo todo o respaldo que o ator precisa?
Adriana Garambone: Totalmente. Corresponde aos anseios do ator, eu mesma estudava muito bem o texto dele pra não mudar uma palavra, porque na correria das gravações a gente acaba mudando alguma coisa pra sua maneira de falar e tal, e muitas vezes a gente não se preocupa com uma palavrinha ou outra que mudou, mas o texto do Lauro é tão bom que eu estudava até pra não trocar nenhuma palavra e quando eu trocava sem querer alguma palavra por algum sinônimo eu não me conformava (risos)...
Jéfferson Balbino: Você que é uma das maiores referencias de beleza e talento na TV brasileira, acredita que pra ingressar na TV ser bonito é o requisito essencial? Ou o talento ainda prevalece sobre a beleza?
Adriana Garambone: Obrigada Jéfferson (risos). Olha eu acho que a beleza sempre vai ser importante pra televisão, cinema e teatro também, embora  um pouco menos, mas a Televisão depende muito da beleza e dissociada do talento ela some, mesmo porque agora eu sou uma atriz de 40 anos e quando a gente tem 20 anos a concorrência é enorme, mas com o tempo a gente vê uma triagem que se não tiver talento não prevalece. E também tem gente que é muito talentosa, mas que é preguiçosa, não estuda, não decora textos, e que por isso não vai pra frente na carreira. Tem que ter essa fusão de talento e beleza. Na minha idade aos 40 anos eu não vejo tanta atriz como quando eu tinha 20 anos, então é essa a triagem que o talento faz, mas só beleza eu acho que não vinga. Não é que uma pessoa mais velha não tenha beleza, tem sim, a beleza do conteúdo, uma pessoa mais velha que lamenta de ter perdido a beleza física, ela se torna feia, mas uma pessoa mais velha que tenha lapidado seus talentos que de valor ao que ela é, você olha e admira porque é incrível de ver.





Jéfferson Balbino: Atualmente você vem dando um show de interpretação na novela “Rebelde” (Rede Record/2011). Você chegou a assistir a versão mexicana da novela?
Adriana Garambone: Não. Eu queria mais o Ivan não deixou, e pediu pra eu assistir séries americanas e me passou o Gossip Girl e eu assisti um pouquinho, mas não fui muito a frente não, porque é muito adolescente, só vi pra poder pegar um tom. E eu sempre penso em entrar no Youtube pra ver a Eva Messi mexicana, mas sempre esqueço (risos)...
Jéfferson Balbino: O que você pode nos adiantar sobre os rumos de sua personagem, a Eva Messi, nessa segunda temporada de “Rebelde”?
Adriana Garambone: Eu não estou sabendo ainda o rumo que a minha personagem vai tomar...
Jéfferson Balbino: Então quais são as suas perspectivas para o desencadear da sua personagem?

Adriana Garambone: (risos) Eu não sei mesmo, eu trabalho muito em cima do que chega pra mim, o que eu quero é que ela continue muito louca (risos) que ela não fiquei coerente, que ela continue louquíssima sempre, daí pode vim qualquer coisa (risos).







Jéfferson Balbino: Que dica você deixa pra quem almeja seguir a carreira artística?
Adriana Garambone: Eu acho que quem quer ser ator, tem que se focar na realidade da profissão, não deve se deixar levar por esse glamour, de que tudo é lindo e maravilhoso, e sim prestar atenção do que realmente importa e do que realmente é a profissão de ator. Pra mim ator é um contador de histórias, e foca em coisas muito diferente do que a fotografia da revista, porque eu acho que essa glamorização é a consequência do seu trabalho, e acho isso ótimo, mas se você pensa só nisso vai pra publicidade, trabalhar em outra área porque a profissão do ator é uma historia, é saber quem é o ser humano que esta representando uma fatia enorme da sociedade, e se encantar com a natureza humana e não se confundir nessa ilusão que existe hoje que tudo é um mar de rosas, que é glamouroso, é glamouroso pra quem vê porque pra gente é um trabalho duro, que fica horas esperando pra gravar, e isso não tem glamour nenhum (risos). Porque quando você consegue encontrar o prazer na profissão você tem grandes chances de ser bem sucedido, mas quando você se engana...
Jéfferson Balbino: Antes de finalizarmos: Qual foi a melhor novela que você já assistiu?
Adriana Garambone: Eu gostei muito de “O Salvador da Pátria” do Lauro César Muniz.
Jéfferson Balbino: Querida, super obrigado por conceder essa entrevista ao “No Mundo dos Famosos”. Saiba que sempre admirei muito seu primoroso trabalho, por isso foi uma honra ter você aqui. Muito mais sucesso e um grande beijo!

Adriana Garambone: Poxa querido eu adorei, é muito difícil encontrar jornalistas assim como você Jéfferson, que sabe da carreira do entrevistado, obrigada mesmo, beijos!



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